Mais um Vômito.

Desculpa. Desculpa mesmo. Mas precisava dizer isso ao menos aqui onde tenho voz para pessoas invisíveis e desconhecidas.

Não sei para onde ir, não sei o que fazer. Preciso esquecer pessoas. Apaga-las da minha vida e num futuro distante revê-las como algo que existiu em mim, mas que não existe mais. Quero morrer e ao mesmo tempo viver. Quero sumir e ao mesmo tempo existir, me senti importante, não por qualquer gente. Me senti amado. De novo ir embora. De novo esquecer todos aqui e em um lapso de lucidez retornar revigorado. Outro. Mudar de Felipe Damasceno para Fernando de Morais, ou seja la que merda eu possa ser ou ser chamado. Chorar tudo que preciso e parar de perder tempo com tolices de relacionamentos e viver apenas aquilo que sei fazer no mundo, ou pelo menos acho que sei. Nada nem ninguém mais importaria além do que tenho de mostrar aos outros.

Uma pressão puxa tudo pra dentro de novo e acredito que sempre puxou, eu apenas tento ignoro-la. Uma angústia, uma tristeza, uma melancolia.

O tema morte ronda meus pensamentos todos os dias. Não consigo dormir. Me sinto fraco, incapaz e desimportante. Descartável. Plástico. Vazio. Inútil. Pequeno. Miserável. Infeliz. Mal amado. Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.Sozinho.

Se existe uma porra de deus, que se faça presente.
Que se foda essa porra de deus.

Minha mãos tremem. Meus olhos se umedecem. Minha pernas ficam bambas. Diante do espelho vejo meu  rosto desmanchar-se. O sangue corre mais lento e me vejo antes de dormir morto e esquecido, como qualquer coisa desimportante.


Assim falou Damasceno.


Há tempos que não escrevo, pois decidi em mim evitar girar em torno de crises pessoas, as crises artísticas e existenciais são o que alimentam esse blog. Também sei que não há como dividir tais crises, mas o que quero dizer é que não é meu desejo tornar esse blog um depósito de ''eu não estou bem'' , afinal niguém hoje em dia se importa como vc esta ou deixa de estar. Fato.                                            

   Bem! Narcisista como sou (afinal sou filho de meu tempo, fiel a ''superficialidade'' de nosso século) venho com imagens metafóricas (minhas claro) falar o que vejo e penso sobre o mundo.




                                                                                            


Muitos negarão o que falarei, e muito acharão amargura e recalque de minha parte, mas... O que dizer das relações ''amorosas'' hoje?

Talvez isso seja sim em parte de minha atual situação amorosa (um completo fiasco) mas apendi bem a lidar com tudo isso. Amigos resolvem a parte do ouvir minhas inquietações, meus desejos e a parte de jogar conversa fora ou seja o :''estou com você''. A parte fisiológica eu deixo para os filmes pornográficos que baixo, assisto e interajo fisicamente e as poucas saídas que faço na busca infindável do maldito e filho da puta, que não cansa de brincar de esconde-esconde, príncipe encantado.

Tudo parece isso mesmo, um cachorro que vê os frangos girarem na churrasqueira querendo devora-los e saciar sua fome, ou simplesmente sua vontade. É assim que vejo os homem - cães devoradores de franguinhos - e não me excluo disso, afinal sou um homem. Claro que existe os sentimentos nobres, aqueles que vemos dilatados nas pecinhas de teatro sensíveis e nas novelas das oito, mas não consigo vê-los realmente. Vejo discursos inflamados e de olhos marejados sobre o amor e estar próximo, mas no fazer (verbo pouco praticado em nosso tempo onde a ideia já basta) o que resta mesmo é a ejaculação e o pedido de desculpa por ter sido antes do tempo.



                                                                          

Certo dia caiu em meus braços a questão: Se underground define-se basicamente por aquilo que esta fora do alcance popular e comercial. O que seria esta a alcance? Quer dizer, tem um um termo tendência e em inglês para esse oposto? Sim pessoa! Tem e eu o descobri recentemente, com orgulho devo acrescentar,
ele se chama MAINSTREAM

Todo Mundo hoje quer ser UNDERGROUND, quer dizer todo mundo quer ser diferente e simplesmente por ser diferente, só para nadar contra a corrente, só para contestar. Não sou o tipo de pessoa que possa ser considerada ''normal'' afinal adoro moda, kkkkk. Não! Brincadeiras a parte acho que esses termos hoje estão confusos.

Na verdade sofremos de uma enorme necessidade de descobrir a pólvora, de ser novo, de ser original. Todo mundo é diferente, consequentemente todo mundo é igual. A nível antropológico,a moda de ser ''diferente'' nos torna prisioneiro da necessidade de descobrir o novo o tempo todo, e a não descoberta disso nos deixa loucos.





O fim é que da sentido a tudo. O fato de as coisas acabarem dão sentido a elas existirem.Ao mesmo tempo tudo só faz sentido por que existe o objetivo final, no caso do sexo é o orgasmo, no caso da vida é a morte. Criamos projeções de vidas e coisas que desejamos para nós

Viver é sofre, assim dizia Schopenhauer. E não quero aqui trazer seu pessimismo, mas o que é para mim o cerne de sua questão: o sentido das coisa esta no objetivo que se tem na vida, esse eterno correr atrás de algo ou de alguém. Ou seja parece que perde-se a graça quando se consegue algo, quando vc tem aquilo que quer, você necessita de mais e acho que devemos ficar felizes com essa característica, afinal ela é o fator primordial da evolução humana.

Mas o que acontece quando voce não consegue aquele sapato que voce tanto deseja, ou mesmo aquele boy magia? Isso diviniza o objetivo, tornando-o inalcançável e etéreo. Tornando você cada vez menor e com um maior sentimento de impotência.

Essa técnica é constantemente utilizada por campanhas publicitárias e artistas pop (principalmente). A espera do novo cd da Madonna, percebi-me visitando seu site quase que constantemente na doce ilusão de encontrar algo novo. O frisson torna as coisas imensas, quando na verdade não passa de mais algumas músicas.





                                                                                        Felipe Damasceno


Sabe como é né? Todo mundo faz assim, ai se agente não fizer...




Você      é     o   que  ?
                                                                Você      é     o   que  ?
Você      é     o   que  ?
                                                                     Você      é     o   que  ?
Você      é     o   que  ?

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