Revolution. My revolution.

A questão não é mais sobre o incomodo aparente de estar em tais lugares, mas sim de eu "ser" em tais lugares. Outrora questionaria tais costumes e listaria em metros a fio defeitos e contras de estar ali. Mas o que se percebe, ou se aceita hoje em Damasceno é  um ser ranzinza, chato e por vezes negativo. Mas qual o motivo de tais características? Não sei. Talvez o seu aprofundamento na personalidade warholiana, ou as clássicas crises familiares (artista que é artista não pode ter uma família perfeita, faz parte do currículo, além de ser charmoso vir de uma família sofrida, pobre e problemática) ou mesmo o desgosto de ver o quão estúpida a sociedade se torna ao longo do árduo caminho percorrido pela evolução da espécie humana.

Poderia ser sim um pouco mais tolerável com dancinhas que insinuam o coito e essas palavras sacralizadas pelo nosso cotidiano midiático como: "fuck", "bitch", vagabunda, cu, pau, buceta, "tche tche rê rê" dentre uma miríade de outros vocábulos cada vez mais monosilábicos e diretos. Mas e daí? Como outras mudanças de paradigma e revoluções  na história da raça humana, isso pode ser sim uma nova ordem cultural. Claro que para quem esta ajudando ou mesmo observando o trabalho de parto dessa possível nova ordem, uma ordem regrada a exibições do eu, alusões ao sexo hedonista e relacionamento esquizofrênicos mediados pela internet soa como vazio, pueril e inútil. Mas se você se coloca em um ponto de vista atemporal, ou seja, ver por outra perspectiva o tempo atual as coisas meio que mudam de sentido. Voce não, eu. Afinal eu não sei o que você acha disso tudo.

Notamos que no decorrer da história da espécie humana, essa menina dos olhos do planeta, criou coisas e outros "macaquinhos" não concordaram com a criação daquilo. Basicamente isso é o que nutre a história e a faz, de certo modo, prosseguir e a partir dos conflitos gerados por esse "quero" e "não sou obrigado" esse símio bípede contempla sua nova era, com publicidades, imagens múltiplas de si próprio, Facebook, narcisismo, egocentrismo, "Buceta no chão, buceta no chão"...

Mas onde quero chegar com tudo isso? A grande verdade é que não sei bem onde quero chegar com tudo isso, mas é notável que estamos passando por uma mudança. Uma revolução. A revolução do não agir. A revolução do parar. A revolução do foda-se eu vou embora. A revolução do "tem muita gente se fudendo, vamos ler uma poesia". A revolução da... A revolução que você quiser. Joanas Dar'c desembainham suas espadas e as erguem com louvor e coragem nas redes sociais afim de defender ideais, enquanto no mundo real (intelectuais fazem aquele simbolo das aspas com as mãos) limita-se a...Há mundo real para revoluções? - Sim! Estamos Juntos, por que isso é desumano  inadmissível, precisamos estar unidos, mas como é seu nome mesmo?


Isso tudo pode soar negativo e por vezes catastrófico, mas como disse no princípio desse texto, a história se repete e ao longe, bem ao longe, vislumbro no turvo horizonte do tempo e do imprevisível algo... Esfuziante.



Felipe Damasceno


Devaneio sobre o mínimo.


Há uma tendência de ficar parado. Pelo menos é o que percebo. A tendencia do mínimo. Mas será que essa, a parada de ser tudo menor e tal, seria mesmo uma escolha? Quer dizer... Essa possibilidade é usado pelo corpo como uma auto defesa, onde esse corpo se coloca sempre em estado de conforto e economia de energia. Sobrevivência. Obviamente o caminho do mínimo é uma possibilidade primorosa e potencializadora no rumos da arte, mas por vezes a busca pelo excessivamente simples e menor,  pelo polimento das camadas da ideia esvazia a ação ao ponto de torna-la... Nada. O esvaziamento é recorrente tanto na maneira de criar, como na vida. O blasé, o mínimo, o "não surpreender-se". Em algumas experiencias pessoais vivi o episódio de antes mesmo de alguém propor algum objeto ou ação estética ou desdobramento de algo existente, já saber o que a pessoa ira propor. Não sei se isso é bom ou ruim, mas existe.



Escolhas. Cada um escolhe o que mais convém com o seu trabalho, sua parada saca?!

 Só queria trazer a tona esse que vejo como um incomodo geral, afinal todos fazem  piadinhas e trocadilhos a cerca desse assunto nas filas de espetáculo.

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