Para ser Deus tem que ser pop.

Felipe Damasceno

                Quando vejo aquela imagem de um homem pregado na cruz e centenas de milhares de pessoas adorando aquilo, sempre penso em pop stars. Um símbolo só é alguma coisa se existe alguém que o siga (ou no caso uma multidão), sem isso não passa de um pedaço de madeira velha. E essa analogia de deuses com meros ícones musicais realmente me fascina, pela aparente possibilidade de qualquer um poder ser uma espécie de deus, bastando, de alguma forma, atingir a grande população (simples assim, rsrsrs).


Mas como atingir a população? Como atingir as pessoas? Creio que seja simples. Dar a elas o que elas precisam, ou fazer com que achem que precisam (e isso a nossa colorida publicidade faz muito bem). Jesus deu aos seus contemporâneos o que precisavam: palavras de amor e paz. Obviamente que algo tão bom, como o sucesso e posse das atenções de seu tempo não viria sem algo igual e oposto. Mas a conclusão de que o matando cessaria sua ideologia caiu por terra e sua morte só veio a fixar suas ideias e imortaliza-lo até nossos tempos.

Em meus sucintos anos de vida terrena conclui que as pessoas precisam de apenas uma coisa: serem ouvidas. Dê isso a elas e você as terá. Levando em consideração que o mundo em que vivemos é uma velha rabugenta e surda que fala pelos cotovelos e não escuta nada nem ninguém, o fato de ter ouvidos para a vida do outro e suas questões é mais incrível do que voar ou disparar raios lasers pelos olhos, ou mesmo pior, realizar os malditos trinta e dois fouetés em uma apresentação de ballet.


Quero dizer que essa ideia de religião é muito relativa. Socialmente aplicada, ela se dobra e desdobra de acordo com as necessidades dos que estão no controle. Claro que existem aqueles que têm uma compreensão de deus muito mais abrangente e mais humana, ou seja, os que vêm deus não como um ditador ferrenho, mas como Imagem sintetizadora (símbolo) de coisas positivas e negativas que o evoluam enquanto ser humano. Devo acrescentar que o mais irônico é que a grande maioria que conheço que possuem essa compreensão não está em qualquer igreja.

Sempre me intrigou o fato de centenas de pessoas seguirem apenas uma, ou um grupo seleto. Quer dizer se todas aquelas pessoas se revoltassem, o que é considerado líder tornar-se-ia em segundos apenas adubo, ou seja, seu poder sobre essa grande população é mais do que mera força física. É mental? É sentimental? Sexual? Enfim. Jaz aqui apenas algumas questões que vieram com essa imagem, não é uma explicação, interprete-a como quiser ou então aceite meus argumentos, pois estarei sempre aqui para ouvi-lo.

Um comentário:

Ramon Cristóvão disse...

É sempre muito delicado falar sobre crença, concordo em muitas coisas que você diz, agora a grande transformação que importa independente de religião é a transformação pessoal do Ser, o que ocorre infelizmente com os símbolos religiosos é a má propagação feita por pessoas de má índole ou mesmo por ignorancia. Por isso acredito que a maior relação, a mais verdadeira tenha que ser o compromisso com os ensinamentos que foram passados por Jesus Cristo, fé nele e fé em Deus.

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