Assim falou Damasceno.


Há tempos que não escrevo, pois decidi em mim evitar girar em torno de crises pessoas, as crises artísticas e existenciais são o que alimentam esse blog. Também sei que não há como dividir tais crises, mas o que quero dizer é que não é meu desejo tornar esse blog um depósito de ''eu não estou bem'' , afinal niguém hoje em dia se importa como vc esta ou deixa de estar. Fato.                                            

   Bem! Narcisista como sou (afinal sou filho de meu tempo, fiel a ''superficialidade'' de nosso século) venho com imagens metafóricas (minhas claro) falar o que vejo e penso sobre o mundo.




                                                                                            


Muitos negarão o que falarei, e muito acharão amargura e recalque de minha parte, mas... O que dizer das relações ''amorosas'' hoje?

Talvez isso seja sim em parte de minha atual situação amorosa (um completo fiasco) mas apendi bem a lidar com tudo isso. Amigos resolvem a parte do ouvir minhas inquietações, meus desejos e a parte de jogar conversa fora ou seja o :''estou com você''. A parte fisiológica eu deixo para os filmes pornográficos que baixo, assisto e interajo fisicamente e as poucas saídas que faço na busca infindável do maldito e filho da puta, que não cansa de brincar de esconde-esconde, príncipe encantado.

Tudo parece isso mesmo, um cachorro que vê os frangos girarem na churrasqueira querendo devora-los e saciar sua fome, ou simplesmente sua vontade. É assim que vejo os homem - cães devoradores de franguinhos - e não me excluo disso, afinal sou um homem. Claro que existe os sentimentos nobres, aqueles que vemos dilatados nas pecinhas de teatro sensíveis e nas novelas das oito, mas não consigo vê-los realmente. Vejo discursos inflamados e de olhos marejados sobre o amor e estar próximo, mas no fazer (verbo pouco praticado em nosso tempo onde a ideia já basta) o que resta mesmo é a ejaculação e o pedido de desculpa por ter sido antes do tempo.



                                                                          

Certo dia caiu em meus braços a questão: Se underground define-se basicamente por aquilo que esta fora do alcance popular e comercial. O que seria esta a alcance? Quer dizer, tem um um termo tendência e em inglês para esse oposto? Sim pessoa! Tem e eu o descobri recentemente, com orgulho devo acrescentar,
ele se chama MAINSTREAM

Todo Mundo hoje quer ser UNDERGROUND, quer dizer todo mundo quer ser diferente e simplesmente por ser diferente, só para nadar contra a corrente, só para contestar. Não sou o tipo de pessoa que possa ser considerada ''normal'' afinal adoro moda, kkkkk. Não! Brincadeiras a parte acho que esses termos hoje estão confusos.

Na verdade sofremos de uma enorme necessidade de descobrir a pólvora, de ser novo, de ser original. Todo mundo é diferente, consequentemente todo mundo é igual. A nível antropológico,a moda de ser ''diferente'' nos torna prisioneiro da necessidade de descobrir o novo o tempo todo, e a não descoberta disso nos deixa loucos.





O fim é que da sentido a tudo. O fato de as coisas acabarem dão sentido a elas existirem.Ao mesmo tempo tudo só faz sentido por que existe o objetivo final, no caso do sexo é o orgasmo, no caso da vida é a morte. Criamos projeções de vidas e coisas que desejamos para nós

Viver é sofre, assim dizia Schopenhauer. E não quero aqui trazer seu pessimismo, mas o que é para mim o cerne de sua questão: o sentido das coisa esta no objetivo que se tem na vida, esse eterno correr atrás de algo ou de alguém. Ou seja parece que perde-se a graça quando se consegue algo, quando vc tem aquilo que quer, você necessita de mais e acho que devemos ficar felizes com essa característica, afinal ela é o fator primordial da evolução humana.

Mas o que acontece quando voce não consegue aquele sapato que voce tanto deseja, ou mesmo aquele boy magia? Isso diviniza o objetivo, tornando-o inalcançável e etéreo. Tornando você cada vez menor e com um maior sentimento de impotência.

Essa técnica é constantemente utilizada por campanhas publicitárias e artistas pop (principalmente). A espera do novo cd da Madonna, percebi-me visitando seu site quase que constantemente na doce ilusão de encontrar algo novo. O frisson torna as coisas imensas, quando na verdade não passa de mais algumas músicas.





                                                                                        Felipe Damasceno


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