Sem um pedaço.










               




Uma indecisão, uma dicotomia, uma não certeza, uma tentativa inexistente, uma possibilidade incerta, uma falta de ação, uma ''sim'' solto no tempo, uma esperança de possível, um mal, um cheiro, uma vontade, uma necessidade. Posse. Querer, ter, estar, sentir, esquecer e começar a crer que não acontecerá, começar a ter esperança e logo perde-la. A Branca de Neve em mim morreu com os anões. A Cinderela ficou com um pé do sapato. a Bela Adormecida desenvolveu insônia por acreditar que se dormisse não seria acordada por ninguém. Morta. Seca. Vazia. Esquecida. Podre.

Não possuo esse direito. Não posso te-lo. Sou incompleto. Imperfeito. Me falta um pedaço que procuro desesperadamente, mas que não encontro e nunca encontrarei. Esse pedaço, não me é visível.

Olhos pretos, sem brilho, um rosto pálido e uma boca borrada de vermelho. A imagem do que me tornei. Uma máscara, uma caricatura. O meu eu sem o pedaço. Isso dói cada vez mais. Dói. NÃO É CRISE, MAS UM ESTADO PERMANENTE DE BUSCA. A vontade schopenhaueriana latente em mim.

As vezes creio estar me tornando algo não humano. Eu me amo e é apenas esse amor que posso ter direito.

Um comentário:

Victor Hugo disse...

É tão bom se amar.

Pesquisar este blog