O que se escuta é apenas silêncio. Nada mais se vê ou ouvi, o que existe é apenas um grande vazio. Um grande silêncio, mesmo tendo sido descoberto que ele é impossível e não existe em lugar nenhum (até onde se conhece por universo).
Parou. Simplesmente não, mas parou. Está parado. Quieto e imóvel.
E por incrível que pareça... É fantástico. De tão vazio se vê os poros do
asfalto, de tão vazio fica frágil, e entregue a qualquer um que tenha um pouco
mais de atenção em ver esses “poros”. Rígido, duro, escuro, quente mais de
poros abertos, e segundo alguns poemas e poetas, poros abertos pode significar
alguma coisa bem sensível (o contestador dirá: Talvez!).
Tive desejo de sangue esses dias. Desejo de raiva cuspida,
vomitada, expelida, expurgada, posta, mas que bosta, de dar resposta.
Finalmente de ser dito o que deve ser dito e batido em quem merece sangrar. Não lhe desejo morte, por que infelizmente meu sangue azul tem elos com seu sangue imundo.
O
meu império desmoronou faz tempo, o que me resta é apenas uma caixa de concreto
com indicação de “FÁBRICA” desenhadas com fita “Scotch” (por que é a cara de
alguém conceito, rsrs!).
Ele é bem mais do que isso querido, é bem mais do que essa necessidade
patética de sumir, acredite! Um dia ele será grande, por que um dia terá dinheiro para comprar um salto novo, e maior do que o que lhe foi dado de
presente.
- Ai Damasceno! Como você é patético.
- Todos somos um dia, querido.
- Como você é patético.
O que se quer mesmo, o que querer disso tudo, o que querer de um
amontoado de asfaltos vazios, porosos, escuros e ásperos? Por que alguém iria
querê-los?
-Sua hora chegará, Darling!
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