Esperando o ônibus, como de costume atrasado, percebi que conhecia todas as pessoas que ali esperavam ônibus, mas ninguém se falava, nem sequer um boa noite. O ônibus chegou e ao subir desejei um baixo e engasgado, boa noite. Atitude essa que não deu em nada. Fiquei me perguntando se não foi escutado ou se de fato esse boa noite não quis ser respondido..
E quando você encontra amigos antigos, de infância ou que não tem mais contato, e fica aquela situação constrangedora de retomar toda a intimidade como se o tempo de separação não estivesse existido. Você só pode se apegar ao passado e perguntar se aquela pessoa se lembra de tal ou de tal coisa, isso claro depois de fazer as perguntas óbvias:
Como você esta?
Ta morando onde?
Ta namorando?
Ta trabalhando?
Dentre outras que agora me fogem a memória.
Sendo que o silêncio, aquele que ambos lutam para não se instalar, continua a persegui-los entre cada pergunta e resposta dada. Até que finalmente ele vence e ambos sentem-se (as vezes) o alívio de irem embora e não se sentirem obrigados a puxar conversas com um conhecido deslocado de seu cotidiano, que não chega a ser um desconhecido, mas alguém que não lhe conhece mais, exceto por saber seu nome e lembrar de algumas coisas vividas juntas.
E o que faço com tudo isso...Eu faço um trabalho emotivo, delicado, amoroso e cheio de flores virtuais. E continuo offline do Facebook e correndo das pessoas que conheço quando as vejo na rua. Como gosto de pessoas, como amo conviver, como me sinto só. Paradoxal.. não?!
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