Correndo de mãos dadas com o ninguém

Explodir. Estourar em milhões de pedacinhos de lantejoula vagabunda. Fazer back up da própria personalidade e atualizar o que os sensíveis chamam de: coração. Correr de mãos dadas com o ninguém até o pó compacto e a base e o lápis e o rímel saírem do rosto.

Quando se compra queijo, não se repara o que esta protegendo ele do mundo. Não sou o queijo e nem o mundo, sou a embalagem, sempre é invisível.

Eu sou invisível. Vidinha miserável.

Protegido por uma espécie de bolha invisível que não sei ao certo quando comecei a construir, e que não se deixa ser destruída. Tudo é tão vazio, idiota, sem graça, bobo, repetitivo, insignificante  entediante,apático, morto. Morto. Morrer. Essa é a palavra que me veio muito esses dias. Morte. Parado. Imóvel. Só dentro de um caixão imóvel querendo de alguma maneira dizer algo, falar algo, ter alguém que é vivo e não posso ter. Estou morto a muito tempo e só agora percebo isso.

O que mais me interessa na morte é saber que você se torna visível, que você tem seus quinze minutos de fama. Quando se morre as pessoas lembram de você, querem lhe ter perto, querem lhe abraçar, lhe beijar, querem lhe ter ali, nem que seja apenas para olhar. A atenção dada aos mortos não é possível aos vivos. Só se ama quando não se tem mais(e isso não é sobre ninguém). Eu não amo mais, eu não sei como fazer isso, eu não sei me aproximar das pessoas, eu não sei como chegar em um cara, não sei olhar nos olhos, não sei me fazer ouvir, não me sinto ouvido, não me sinto amado, não sinto que possa confiar em alguém por me achar ridículo demais pra conseguir desabafar, não consigo chorar quando eu quero e isso me toma de tal maneira que vou ficando amargo, me olho no espelho e vejo uma pessoa morta, escura e infeliz.

Escrevo pra mim. Divã. É o que esse blog idiota tem se tornado.Para meus leitores invisíveis e mudos. Não podem fazer nada mesmo. Não fazer por se... que dirá fazer algo por uma bicha montada.(É DO QUE ME CHAMAM POR AI...CREIO)

O mundo é grande e eu sou um nada... como você.

Um comentário:

Janaína Bento disse...

Tô vendo que essa vibe (horrível) de desolação é coisa de começo de ano e tem um boocado de gente nela.
É blog é um divã mesmo.

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